Esta exposição Mulheres Penetrando suas Histórias é a remontagem em formato virtual de um projeto idealizado pelo grupo Mulheres que leem Mulheres, exposto da galeria da Biblioteca do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, em 2019. Marca também a reinauguração dessa versão online de nossa casa de cultura chamada Torta. É preciso confiar para adentrar novos espaços, ainda mais ao compartilhar memórias e projetos antigos. Agradecemos a confiança de cada modelo, de cada fotógrafe, de todas as mulheres que leem mulheres e das antigas MO.LE.CAS (Movimento Lésbico de Campinas) ao penetrarem com suas histórias também a Torta. As fotografias aqui expostas são um recorte de ensaios de encontros, de mulheres e homem trans com seus corpos, com autoras, com ideias e com outras mulheres.

Seja você também bem-vinde!

“A Palavra é necessário diante do absurdo”

Hilda Hilst (O Reizinho Gay do livro PornoChic)

“Se cair a gente levanta/Mulher sim,/Negra sou,/Punhos cerrados até o fim/Meu tempo é agora”

 Mel Duarte (Negra, Nua, Crua)

“Tornar-me mulher e ser lésbica: dois movimentos contínuos em minha vida e que se definem pela necessidade da luta, pela urgência da luta, pela luta permanente contra as violências cotidianas que hétero-cis-normatividade nos aflige.

Além, representa a minha possibilidade de autonomia, de afeto e de prazer que afronta o patriarcado e os corpos que se prestam ao exercício do machismo. Eu parti desses homens para ser muito mais com outras mulheres”

Camila Godoi

“Entendo ser pela não compreensão do que é o amor a agonia de tantos.

Fosse o amor apalpado em sua essência. Fosse o amor livre de todo ego e de toda corrente de poder que o amordaça.

Pudesse o amor ser. Pois, em tantos sua ausência norteia. Convertidos seríamos no divino.

Não vejo razão, não vejo valia, não vejo evolução, se não houver amor.

Amor é verbo que transcendeu, qualquer pensamento ordinário, transcender é submergir em alma e renascer.”

Isha Ravi

“E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma e não me alcanço”

Clarice Lispector (A lucidez perigosa do livro A Descoberta do Mundo)
fotografia horizontal colorida, feita de cima para baixo de oito mulheres deitadas em grama verde unidas pelas cabeças formando um circulo. Elas sorriem. Tem os membros superiores desnudos, com as mãos cobrem os seios. Na parte superior de seus peitoral se lê MULHERES PENETRANDO SUAS HISTÓRIAS

Este é um ensaio fotográfico que se propõe a estimular mulheres cis e trans a adentrarem-se nas obras escritas por mulheres brasileiras ou estrangeiras, como Hilda Hilst, Angela Davis, Djamila Ribeiro, Clarice Lispector, Mel Duarte, Ermínia Maricato.

É um convite às mulheres penetrarem em seus escritos e se aprofundarem em suas histórias.

As mulheres e o homem trans aparecem fotografadas com frases de autoras brasileiras e estrangeiras escritas em seus corpos. Enfatiza-se o pronome feminino da autora, não só para propor a ideia de que mulheres precisam conhecer melhor o trabalho de outras mulheres ao longo da história, como também devem apropriar-se de sua ancestralidade, de modo a evitar a invisibilização de sua própria trajetória.

B. Pimentel e Cássia Garcia

dica: clique para tela cheia

créditos finais:

Idealização: Mulheres que leem Mulheres
Montagem e Produção: Paula Monterrey
Modelos: B. Pimentel, Camila Mendes de Godoi, 
Cássia Garcia, Elaine Viel, Isha Ravi, 
Jaciara Cruz, Maria Fernanda Cerini, 
Nadia Cristina Nogueira, Nayara Felizardo e 
Zaida da Matta Martins
Fotografes: Alline Lola, Fernanda Albino de Oliveira,
Isha Ravi, Gabriella Zanardi e Juliana Jodas.
Agradecimentos: Daniele Motta, Casa Sem Preconceitos, 
Rafaell Cavaglhyery e Nalú Lanú.

Comments

Que maravilha poder voltar à Torta! Sentir mais uma vez a potência dessa casa-projeto, dessa casa-cultura!
Fico imensamente feliz de ver que a casa está se reinventando, apostando em novos formatos e expandindo cada vez sua rede de relações.
Cada projeto de Torta é um grande aprendizado, uma experiência de alargamento dos horizontes, de expansão do entendimento da arte, da cultura, das relações, dos afetos.
Parabéns por mais um projeto da Torta! Parabéns às mulheres que construíram essa experiência imersiva!
Parabéns, Paula, por essa produção nova, incrível e necessária!

Vida longa a Torta!

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